1 junio, 2017

PROGRAMA PIECE-i

Programa de Inovação Estratégica Colaborativa para a Especialização Inteligente das PMEs do território do AECT Duero-Douro.

Descrição da Atividade

As empresas localizadas no território do AECT Duero-Douro agrupam-se segundo os diferentes perfis produtivos e tecnológicos. Em função do estado da tecnologia serão desenvolvidas e implementadas diferentes estratégias ad hoc de cooperação empresarial orientadas para o estabelecimento de acordos temporais ou permanentes (parcerias, redes e alianças estratégicas) entre duas ou mais empresas, com o objetivo de obter vantagens recíprocas mediante a execução em comum de ações comerciais, financeiras, logísticas, tecnológicas, produtivas, administrativas, etc. que permitam alcançar um objetivo pré-estabelecido, permitindo compartilhar e otimizar recursos, reduzir riscos e facilitar a realização de projetos em comum.

O resultado destas estratégias cooperativas será o conjunto de organizações que se agrupam e adotam o Modelo Estratégico-Organizativo e-DOURO_EXP alcançando assim potenciais desenvolvimentos e investimentos que a soma de todas elas agindo isoladamente não atingiriam.


Ação 1: Elaboração de estratégias cooperativas adaptadas aos agrupamentos empresariais territoriais.

Cooperar significa apoiar-se na experiência e restantes habilidades que possua uma ou mais organizações, com o objetivo de obter resultados que normalmente uma só organização não podería conseguir com os seus próprios meios. A aposta na cooperação supõe, em maior ou menor medida, um sacrifício do próprio em favor do coletivo, ainda que no final o benefício coletivo se traduza também em vantagens individuais.

O Modelo Estratégico-Organizativo e-DOURO_EXP elaborará as seguintes configurações estratégicas e as adaptará aos agrupamentos empresariais do AECT Duero-Douro:

1.1. COOPERAÇÃO COMERCIAL

Um dos motivos mais recorrentes na hora de estabelecer acordos de cooperação comercial é a tentativa de aceder a novos mercados, acesso esse que se mostra muito difícil e moroso de ser atingido pelas PMEs de forma individual. Mediante a cooperação pode ser atingido, seja de forma integrada, seja com acordos específicos:

  1. Informação sobre os mercados a que se quer aceder.

  2. Reduzir os riscos que comporta a introdução nesses novos mercados.

  3. Penetrar nos mercados externos, quer seja por uma ação conjunta de empresas nacionais, ou por um acordo com uma empresa do país em questão.

  4. Criar uma rede de distribuição ou aproveitar a de uma empresa já existente.

Formas de cooperação comercial:

  • Agrupamento de exportadores
  • Cooperação no aprovisionamento
  • Cooperação em marketing
  • Acordos de distribuição
  • Consórcio de empresas para a comercialização
  • Franquias
  • Compras conjuntas
  • União Temporária de Empresas (UTE)
  • Agrupamentos de Interesse Económico (AIE)
  • Agrupamento Europeu de Interesse Económico (AEIE)
  • Cluster ou Agrupamentos Empresariais Inovadores (AEI)
  • Denominações de Origem de caráter Internacional
  • Rotas Turísticas de Origem Agroalimentar
  • Outras formas de cooperação comercial:
    • Ações conjuntas de promoção, como imagem conjunta, participação em feiras, marcas, etc.
    • Estudos de mercado conjuntos.
    • A criação conjunta de redes comerciais (nas quais se produzem relações multilaterais, não apenas entre as empresas, mas também entre instituições públicas e privadas).
    • Intercâmbio de informação comercial.
    • Cooperação em serviço pós-venda.
    • Etc.
1.2. COOPERAÇÃO FINANCEIRA

A dificuldade de acesso ao financiamento é um dos problemas mais frequentes entre as PMEs, em especial nos momentos imediatamente posteriores à sua criação ou no atual período de crise económica. A cooperação financeira é umas das opções que permite obter um maior e melhor acesso ao financiamento, mediante:

  1. A designação de uma série de recursos financeiros para poder levar a cabo um projeto concreto.
  2. A distribuição de riscos em operações de elevada incerteza (investigação, lançamento de novos produtos, etc.).

Algumas das formas de cooperação financeira são:

  • Joint-ventures, Empresa conjunta ou Sociedades mistas
  • Venture capital ou Capital Risco
  • Leveraged buy-out (LBO)
  • Sociedades de intermediação financeira

1.3. COOPERAÇÃO TECNOLÓGICA

Em muitas situações as PMEs encontram muitas dificuldades pela sua escassa adaptação aos requerimentos de flexibilidade e qualidade do mercado. A flexibilidade e qualidade só podem ser oferecidas mediante a utilização de novas tecnologias aos processos produtivos. Além disso, as PMEs muitas vezes não podem fazer frente a determinadas atividades porque a magnitude das mesmas não está ao seu alcance, como pela necessidade de dominar algumas facetas não contempladas na empresa. A cooperação com outras empresas permite ampliar as possibilidades das PMEs, contribuindo com a diversificação da sua produção ou aumentando a sua capacidade produtiva, mediante:

  1. Complementariedade tecnológica dentro de um processo produtivo.
  2. Partilha de ativos e/ou "Know-How" para o desenvolvimento de um processo produtivo.
  3. Partilha de recursos e riscos nas atividades de I+D.

As principais formas de cooperação no aspeto tecnológico são as seguintes:

  • Investigação mais Desenvolvimento (I+D)
  • Spin off
  • Licenças

1.4. COOPERAÇÃO NA ESFERA PRODUTIVA

A esfera produtiva de uma empresa é o conjunto de atividades que produzem os bens e serviços colocados ao alcance do consumidor. O trabalho que é investido na esfera produtiva cria o produto ou serviço e o rendimento da empresa. A cooperação com outras empresas permite ampliar as possibilidades de produção:

  • Contribuindo com a especialização da produção.
  • Aumentando a sua capacidade produtiva.
  • Complementando o processo produtivo, cobrindo-o na íntegra ou parte dele.

Algumas formas de cooperação na área produtiva são:

  • Subcontratação
  • Especialização

Ação 2: Implementação, Monitorização e Avaliação do Modelo Estratégico-Organizativo e-DOURO_EXP

2.1. IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO

Os acordos de cooperação empresarial devem ser executados mediante um plano e objetivos de cooperação previstos. O Modelo Estratégico-Organizativo e-DOURO_EXP realizará uma análise dos aspetos legais que possam influenciar o processo de negociação, devendo ser conhecido o âmbito legal de referência para o acordo, seja ele de alcance local ou internacional. Devem ser conhecidos exaustivamente os regulamentos existentes afetos a matérias, tais como:

  1. Tipo de cooperação a estabelecer.
  2. Tipo de atividade a desenvolver.
  3. Aspetos concretos que possam afetar o acordo (fiscalidade, movimento de capitais, etc.).
  4. Especificidades dos diferentes regimes regulamentares entre Espanha e Portugal.

Posteriormente será negociado o acordo de cooperação entre as empresas participantes, atendendo a:

  1. Preparar antecipadamente os aspetos a tratar.
  2. Reunir uma equipa que tenha capacidade de decisão e seja de confiança.
  3. Objetivos de cada uma das empresas participantes.
  4. Negociar passo a passo, tratando todas e cada uma das questões implicadas no acordo de cooperação.

A partir da negociação deve estruturar-se o acordo de forma coerente com os objetivos definidos, os meios disponíveis e o enquadramento legal existente. O conteúdo do acordo deve refletir, no mínimo:

  • Objetivos.
  • Duração.
  • Formas jurídicas e modos ou tipos de cooperação.
  • Contribuição dos cooperantes.
  • Instrumentos de gestão e controlo.
  • Instrumentos de comunicação e de informação.
  • Partilha dos resultados.

2.2. MONOTORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO MODELO

Os acordos de cooperação empresarial do Modelo Estratégico-Organizativo e-DOURO_EXP devem ser avaliados e monitorizados mediante um plano de seguimento da realização dos objetivos de cooperação propostos. Para prevenir possíveis conflitos de interesses durante a execução das ações entre as empresas cooperantes, é fundamental:

  1. Manter um contato permanente e fluido com os parceiros, pois pode prevenir eventuais conflitos. Além disso, permite a adaptação às possíveis mudanças ou evoluções do mercado, a uma mudança na direção das empresas participantes, fazer frente a dificuldades financeiras imprevistas, etc.
  2. Estabelecer critérios para a avaliação dos resultados que vão sendo obtidos e um calendário no qual se fixem os prazos para o cumprimento dos objetivos.

Ação 3: Implementação de dois projetos piloto de cooperação empresarial dentro do Modelo Estratégico-Organizativo e-DOURO_EXP

A implementação do Modelo Estratégico-Organizativo e-DOURO_EXP será realizada através da implementação de dois projetos piloto para a internacionalização das PMEs do território do AECT Duero-DOURO, um dedicado ao setor agroalimentar e outro ao turismo.

>>>>>Projeto piloto 1. Setor: Agroalimentar.
Descrição: Primeira Denominação de Origem Protegida de carácter internacional, dedicada à produção, transformação, venda e exportação de azeite de alta qualidade produzido pelas empresas sediadas no território do AECT Duero-Douro, constituída sob uma estratégia de cooperação comercial, tecnológica e financeira e por empresas de Espanha e Portugal.

>>>>>Projeto piloto 2. Setor: Turismo.
Descrição: Rota Internacional do Vinho entre as PMEs cuja atividade seja orientada para serviços turísticos e para a cultura do vinho: restauração, alojamento, adegas, empresas de turismo ativo, etc. localizadas na fronteira de Espanha e Portugal e no território do AECT Duero-Douro. A Rota Internacional do Vinho será realizada através de uma estratégia de cooperação comercial conjunta, na qual se irá optimizar as contribuições e serviços que cada parceiro tenha em comum, com o objetivo de maximizar o valor adicionado para o cliente e promover o território do AECT Duero-Douro de forma conjunta.